quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Mangá Brasileiro? (Parte 2)

Bom, como viram na postagem anterior, "Tupãzinho" abriu as portas para o chamado mangá brasileiro. Aos poucos outras editoras com o decorrer dos anos foram se aventurando neste novo terreno.

Lembro-me de que meu primeiro contato (lá pelos anos 90) foi com o "mangá do Megaman".


Na época eu curtia, mas o roteiro era ruim, não seguia nem um pouco a história dos jogos e os personagens eram descaracterizados. O traço variava muito, porque eram vários desenhistas, escolhidos entre os leitores por meio de testes.

Nos anos seguintes, houve mais investidas sem muito sucesso de editoras. Até que surgiu o que é considerado por muitos o melhor "mangá brasileiro" já feito. Holy Avenger.


Por Marcelo Cassaro e Érica Awano (além de colaboradores). Tinha como cenário jogos de RPG e durou por 42 edições, um grande feito para uma revista em quadrinhos brasileira, tendo inclusive ganhado alguns prêmios.

Nesta época os animes estavam em alta, então o número de tentativas neste ramo aumentaram. Porém, a grande maioria não passava de 2 ou 3 edições.

Uma revista que se destacou lá pelo ano de 2000 e pouco foi Combo Rangers (por Fábio Yabu).


A série começou como pequenas histórias online (com um traço tosco), mas foi evoluindo tanto na questão gráfica quanto no roteiro, tendo algumas passagens realmente boas e memoráveis. Inclusive podemos dizer que Combo Rangers foi o primeiro e tão sonhado "anime brasileiro", tenho episódios de animação em flash, com os personagens sendo dublados por dubladores famosos.

Após isso tivemos poucas obras realmente relevantes que mereçam destaque. Como Oiran, do Studio Seasons (o CLAMP brasileiro).


Teve também o Endhers, de César Góis e  Diogo Saito.



Nos anos que se seguiram, o "mangá brasileiro" andou em baixa, ainda mais por ter que competir com os produtos japoneses que chagavam aos montes em nossas bancas.Até que surgiu algo que daria novo impulso ao nosso mercado. Sim, todos sabem do que estou falando. Em 2008 chega a Turma da Monica Jovem.


Não é nenhuma maravilha, embora tenha alguns momentos bons. Só fez o sucesso que fez porque a marca "Turma da Mônica" já estava consolidada. Mas esta publicação deu início à onda (irritante) do "estilo mangá".

Atraídas pelo sucesso, outras editoras e relacionados quiseram pegar carona e resolveram aproveitar a ideia de pegar algo já consolidado e conhecido do público e estampar "em estilo mangá" (argh!) na capa.

Sinceramente, o termo "estilo mangá" me incomoda, pois é só uma estratégia ridícula de marketing. Se o cara faz um mangá, por que ele precisa afinal anunciar que a coisa é "estilo mangá"? Começaram a estampar esta marca em tudo quanto é publicação só para vender.

E aí que começou a surgir mangá de tudo quanto é coisa, sério, tudo, mesmo. Até do Michael Jackson e do Corinthians (sim, o time de futebol!).



Surgiram também o tenebroso DIDI & LILI:GERAÇÃO MANGÁ e o até que legal Luluzinha Teen.



Quando se achou que os mangás brasileiros de qualidade haviam morrido com esta nova modinha, eis que alguns salvadores se apresentam, como Zucker.


Feito novamente pelas meninas do Studio Seasons.

No mesmo ano ainda houve o lançamento de Vitral e Príncipe do Best Seller, do Futago Studio. Sinceramente nunca cheguei a ler estes dois, mas gostei dos desenhos. Só sei que tem uma pegada yaoi (relacionamento homossexual entre homens).



Com mais e mais lançamentos com uma qualidade melhor, o mangá brasileiro foi ganhando cada vez mais força. Em 2011, depois de juntar uma equipe de competentes desenhistas e roteiristas, Alexandre Lancaster lança o almanaque Ação Magazine, que imita o sistema de rotatividade de histórias das antologias japonesas, sendo considerada a "Shonen Jump brasileira".


Foi uma ótima iniciativa e as histórias da revista são boas. Porém, pecou na questão da distribuição e periodicidade. Nunca se saber quando uma nova edição vai ser lançada. E a revista está sempre cheia de problemas internos.

Agora chega a vez do, em minha opinião, melhor mangá brasileiro atualmente. LEDD.



Muita gente nunca ouviu falar porque LEDD foi lançado inicialmente como Webcomics. E ainda é, podendo ser conferido aqui.

 Ledd é uma série ambientada e  baseada no cenário de RPG Tormenta (o mesmo de Holy Avenger), com ótimos roteiros de JM Trevisan e grande arte de Lobo Borges. Já tem dois volumes encadernados lançados até o momento. Eu recomendo. Só li poucos capítulos mas já gostei muito.

Falando de webcomics, há outra ainda mais desconhecida por vários, chamada "Pirates!".


Criado por Yuri Landim (o cara é simpático), "Pirates!" narra as aventuras da capitã Marina e seu bando de piratas. As histórias são votadas para comédia, algo que faz muito bem. O traço é meio ruinzinho no começo, mas depois fica simplesmente lindo, como na figura acima. É lançada uma página por semana. Para conferir é só clicar neste link.

E com isto finalmente encerro (ufa!) esta postagem sobre os mangás brasileiros já lançados.

Ainda temos alguns outros no aguardo para estrearem, como Hansel & Gretel, Helena (feito pelo Studio Seasons e baseado no conto de Machado de Assis) e Dead Zone (de Fabio Sakuda e Carlos Sneak, autores de Rapsódia, da Ação Magazine). Esses prometem.




E é isso, povo. Essa postagem me cansou. =_=

Espero que tenham gostado :)

Deixem suas opiniões obre "mangá brasileiro" nos comentários se quiserem.

Até a próxima.
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EDIT:

Pessoal, acabei de conhecer mais uma webcomic brasileira em estilo mangá. vi as primeiras páginas e curti bastante a história e principalmente a arte. Se chama RAFE.



Podem conferir AQUI.

É isso. boa leitura a todos :)

4 comentários:

  1. Faltou eu nessa turma aí. T.T
    De qualquer forma, venha nos conhecer um dia. ^^

    RAFE ---> http://www.rafeproject.com

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